JE SUIS TON FILS
Feito para: Coro Alto e Órgão da Sé de Braga |
Esculturas |
Size:1200 x 300 x 320 mm |
PetG Pintado |
Barga, 2017 |
Photo by: CCphotography |
Exposições: {Tri}angle Get Together |
Contexto
Em 1758, D. Gaspar de Bragança é designado arcebispo primaz de Braga. Este menino de Palhavã, filho bastardo de D. João V, sucede a um outro bastardo real, D. José de Bragança, filho de D. Pedro II. Este último tinha sido indicado para o cargo pelo seu meio irmão, o Rei Fidelíssimo.
Esta relação de D. João V entre o profano e o sagrado é uma constante que marca o seu Reinado. Monarca defensor de uma forte proximidade entre o Estado e a Igreja, e que, acredito, era detentor de uma religiosidade profunda. Consignou grande parte do seu orçamento para patrocínio das artes ao serviço de Deus e como propaganda régia, aquém e além mar.
É esta relação ambígua no espírito Barroco Joanino que tem interesse aqui explorar e trazer para a contemporaneidade. Para este momento, onde muito do espaço do sagrado na sociedade foi ocupado pelo consumo. O Barroco que louvava a Deus metamorfoseia-se em Hiperbarroco, louvando o luxo, os bens materiais, mas mantendo a sua essência propagandística.
Sobre o Coro Alto da Sé de Braga:
O Coro-Alto da Sé de Braga foi construído entre os anos de 1735 e 1739, durante o período de Sé Vacante, no reinado de D. João V. Trata-se de um exemplar do Barroco joanino, incorporado num edifício com mais de mil anos.
Em 1737 fecharam contrato com Miguel Francisco da Silva, arquitecto a residir no Porto. Este conjunto monumental, executado em madeiras nobres, sobressai pela sua opulência e qualidade de execução onde se evidenciam os ornatos de talha dourada. É constituído por dois níveis de assentos e cátedra para o Arcebispo, encimado por um relógio entalhado pelo mesmo autor. O centro do coro é ocupado por uma majestosa estante de coro, realizada de acordo com o restante programa decorativo do coro alto.